terça-feira

MELODIAS ESVERDEADAS

Nas noites profanas enfeitadas de brumas
Meus sentidos se equivocam além da fumaça latente
Cheia de coisas livres e coloridas.
Desço ao fundo do vale verde da selva
Que repousa com suas raízes difundidas num gesto esplêndido de amor.
Minha voz se espalha pela névoa
E é como um sopro, despertando as árvores carmesins.
E enquanto o delírio ocorre,
Me acompanha virtuosamente uma grande banda vegetal...
Num estúdio bosqueoso,
Onde pedras miraculosas se transmutam em baterias,
Gravetos anunciam suas formas efusivas de guitarra,
E capins adquirem correlatas a piano.
E assim, a natureza instrumental tange melodias brandas e cativantes... esverdeadas,
Envolvendo os zéfiros a brincar por entre as flores.
E o amor risca a neblina que esconde os deuses e os mistérios.
Flutuo de mãos dadas com as estrelas,
Rodamos pela imensidão do infinito,
Ficamos observando as árvores dançarem
Num ritmo sensual e desvairado...ao parar de um susto e timidez
Elas se transformam em figuras ocultas falazes
E apagam o chão e rareiam o ar!

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