Prematura entre as linhas do crepúsculo,
Que débil, ainda costura com fios de ouro,
A roupagem imódica dos céus.
Ela surge arrepiando os pelos da noite.
Envergando as tripas penumbrosas da cidade,
E refletindo o amarelo rajado dos olhos espantosos dos gatos,
Que riscam a rua como a escuridão rabisca o espaço.
Ela transborda o horizonte engolindo o próprio céu.
Rasga as peles ventando garras na espinha,
E bafeja no sangue da superfície os teus ruídos negros.
Feiticeira da Noite...
Sussurra feitiços nas entranhas dos homens,
Colore com poções quiméricas as pétalas das flores,
E arranha o mistério nos corpos dos animais.
Noiva da Noite...
Enlaça teu véu na dança da existência,
Beijando o silêncio que é teu segredo,
No altar sagrado do Cosmos.
Oh, Lua Cheia...
Me enlouquece os sentidos,
Deriva minh'alma,
Que para você minha escrita é um uivo.
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