segunda-feira

MORMAÇO

Sua a noite e ainda nem soou o sino que convida:
as oleosas estrelas a deslizarem pelo céu úmido,
entre cabeças de fios molhados.
Derretem os sonhos efervescentes,
borbulhando na intensa fervura dos corpos,
a nudez das chamas da alma.
Noite encalorada!
Teu suor escorre na pele da madrugada,
em riachos de cheiros e oferendas.
Suspira de calor todas as abas do tempo,
E com seus tentáculos queimados,
Esfumaça a morte e acende a vida.



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