As pestanas dançam sobre os olhos, feito bailarinas...
Dos lábios trêmulos esvoaçam sussurros, cegos...
A língua não se cala dentro da boca, do pensamento...
As narinas sugam o silêncio ensurdecedor, do corpo...
As mãos frenéticas enxergam dos olhos, as unhas...
Cabelo que escorre não cerra, cílios...
Escuta as bochechas de cheias, orelhas...
Mastigam os dentes as palavras, vazias...
Saltam os sonhos líquidos, de mamilos...
Lençol que baba acorda, de susto...
Na escuridão acende o sono, dormido...
Vira para o lado a cama, sonâmbula...
Levanta travesseiro e conforta, a lua...
Deita cabeça na estrela, desperta...
O sol cacareja e o café, de pijama...
Escova a alma da noite com pasta, de insônia...