terça-feira

Sou Brisa quando te sonho...

Às vezes, quando adormeço e tu me preenches os sonhos,
acho que eu própria me embalo, vendo-me abraçada a ti.
Invariavelmente, enches-me de beijos a tua boca,
e ao percorrer-me a face, provoca-me pequenas cócegas.
O teu murmurar doce deixa-me num êxtase infinito.
Sinto, então, que perco matéria e me desfaço lentamente,
como que deslizando às tuas voltas e envolvendo-te em anéis sutis,
que fazem esvoaçar os teus cabelos...
Levando comigo as últimas palavras que pronunciaste,
 e os derradeiros beijos que tu me deste...




















Hoje, quero ser escritora sobre o papel do teu corpo.
Vou te gravar na pele, em palavras, aquilo que de dentro tu me trazes.
Para que, por absorção, regresse ao teu ser e jamais se perca,
e este ciclo se mantenha eterno.
A caneta é esta boca que repete com exaustão o que me fazes sentir.
E a tinta, essa indelével, é o amor que sinto por ti.
À medida que escrevo vou lhe cobrindo com pétalas vermelhas,
que esvoaçam ao encostar de nossas bocas,
e ao juntar dos nossos alentos em uníssono...



Um comentário:

  1. Josie, extraordinariamente inebriante...
    Parabéns! Ana Paula Faquinelli

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