Preencheu-me de súbito e borbulhou sobre mim,
teu líquido quente embaçando meu vidro.
Não sei se eras nosso fervor ou o cigarro aceso ao lado,
que enublava com fumaça a superfície das coisas.
Mas do toque devoto ao desejo de cada gole,
sei que me apertava com as pontas enrubrescidas dos dedos.
E na ânsia de levar-me até os lábios secos,
eu suava e me fazia escorregar para atrasar teu regalo.
Não tardou para nossa sede esvaziar-me e abarrotar-lhe.
E então ali, do vazio úmido de teu resto,
Pude eu ficar cheio de outro líquido.