O gato está sobre a janela,
E sobre a janela, miam
os pingos da chuva.
O vento desenha estranhas formas
nas cortinas,
Que se desprendem
e ruflam pela sala.
A pele avermelhada
do céu empresta à noite
Uma sensação gélida do
inferno.
E todos os ruídos, são eles próprios, os
gritos do inferno.
A
madrugada é um útero gestando pensamentos loucos,
Nascidos prematuros e
assustados, na claridade do dia.
E quantos ainda hão de
morrer ou serem abortados antes de nascerem?
Pensamentos moribundos.
Como estão apinhadas deles as vielas da noite...
Os becos dos sonhos...
E as covardias
da razão!
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