quarta-feira

OLHAR DE UM DESCONHECIDO

Teu olhar penetrou-me e atravessou-me,
Como uma onda que encharca e depois arrasta.
Arrastou-me para perto de ti,
Ou para o que penso ser perto de ti.
Não lhe conheço!
Mas a intensidade com que teus olhos me olham,
Dispensa qualquer tipo de conhecimento.
Ainda me olha do escuro.
Sei, porque apenas teus olhos brilham,
Atraindo os meus que me escapam.
Em que lugar e tempo será que se encontram?
Posso sentir, quando em palpitações,
Solto meu olhar para alcançar o seu.
E eles bailam, na intensa dança do desejo.
Já lhe conheço!
Teu olhar quando me atravessa,
Sussurra segredos seus, ainda que envolvidos por mistérios...
Amo olhar-te!
Amo quando me olhas!
É como seu eu fosse o infinito do seu silêncio.
É como se eu fosse as fendas de um céu estrelado.
Olhar que se fixa na distância da luz e se perde na ausência dela.
Olhar cometa que risca o espaço,
E deixa uma sensação de inalcançável.
Olhares...
O que dizem um para o outro?

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