domingo

Nostalgia Poética pela Noite

Deixei tudo para vos esperar...ò Noite que baixais,
Ressuscitando a macia negresa de flores sonâmbulas,
Entrecortando as migalhas de luz que ainda restam sobre as sombras da escuridão.
E sei que não esperei em vão...
Pois, a glória oriunda despertou-se de meu ser bruxuleante nas passagens difusas do amanhacer.
A aurora ardente, resplandecente de fendas sanguíneas sucumbindo o manto negro,
É apenas mais um adormecer meu,
Que entrecoberto de penugens ríspidas,
Emerge do abismo sonhante para a margem da espera ansiosa
De lhe sentir...lhe conhecer.
Ò Noite rodeada de mistérios,
Permita que eu alcance seu brilho por entre as estrelas pálidas e perdidas,
Desse vasto manto celeste.
E que o pincel do tempo jamais contente-se com o puro amarelo do sol,
Que me cega e machuca.
Permita que as chuvas noturnas arrastem para o núcleo da terra efusiva,
Todas as cores penetrantes de uma tela redonda guardada por um véu cósmico e fantástico.
Baixais mais e mais, ò Noite treval,
Até reencostar tua face cinzenta em meu colo repousado de espaço,
E preenchido de desejos imortais...



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