quinta-feira

Amor Enfermo

Nas noites escuras e silenciosas
Sentada, ao lado da cama, te observo
Amor enfermo, já pálido e desvanecido
Embrulhado numa manta de ilusões

Não é mentira que eu rezo para que se cure
Mas, também para partires logo para o sono eterno
Porque o teu sofrimento é o meu sofrimento
E sua dor, a minha dor

Mas, longa e lenta é sua agonia
Óh! jovem amor
Mal tiveste tempo de crescer e já definha
Deixando escapar todos os sonhos já sonhados

Insistes em ficar, mesmo quando já não mais está
E permaneces como um espectro fraco vagando pela casa
Enquanto em tormento eu espero...
Óh! jovem amor enfermo.



Um comentário:

  1. do tudo de flui ao tudo passa
    tempo
    efêmeros
    deveres
    a divergência da permanente impermanência
    devir

    a arte do encontro
    ou o encontro que nos faz arte
    existenciar aquarelando, aquarelado
    solventes ideias
    palavras que abrigam
    palha, madeira ou pedra
    nada resiste ao império do efêmero

    o beijo que bem nasce já finda
    entre o tudo e o tudo
    acontecimentos
    emergem no horizonte oceânico
    uma onda, outra onda, e outra...
    insessante caleidoscópio

    triste das coisas belas
    nascem grávidas da duração
    finitos em meio ao infinito
    revires de devires
    a chegada é também partida

    amar o que está no tempo
    é amar aquilo que finda
    esplêndida é a vida
    mesmo que tudo um dia descolorirá
    mesmo que tudo passe
    fomos início meio e fim

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