“Escreve-se sempre para dar a vida, para liberar a vida aí onde ela está aprisionada, para traçar linhas de fuga.” Deleuze
terça-feira
Na Casa Verde
Folhas soltas rolam sobre o telhado
Desenhando no ar silhuetas emaranhadas
Riscam nosso sono as mangas que despencam sobre nossos sonhos
Tateando buracos no teto do pensamento
Por que não deixar pingar sobre nós?
Nossos riachos já se transformaram há tempo em oceanos
Tudo ao nosso redor sua e derrete
O gelo sobre a mesa
Os nossos olhos que se penetram
O dia que escorrega
A noite que se entrega
Caminhamos...
A rua parece eternizar uma passagem entre nós
O que se passa?
Além de carros, histórias, bichos, risos e olhares.
Pressa!
Temos pressa!
Onde queremos chegar com tanta pressa?
Em casa?
Na cama?
Ou no fundo de nós?
Prosseguimos escondidos nas sinuosas grutas
Feito animais selvagens devorando um ao outro,
Tracejo nas páginas do teu corpo
Minha escrita canhestra
A procura de uma fissura
Para entrar
E por dentro te rabiscar
Feito uma criança maluca.
Marquei território na tua janela
Que é pra nenhum outro bicho farejar
E durante a noite querer-te roubar
Esse seu cheiro avassalador de sexo.
Perfume em pele na poltrona ao lado
Passam os caminhos
Mas tua paisagem fica,
Alterando ainda meu tempo
Supitando meus líquidos
Fazendo chover.
Sobe as escadas
Teu último olhar é poesia
Rima com o meu
Que palpita
Feito coração já acelerado de saudade
Desenhando no ar silhuetas emaranhadas
Riscam nosso sono as mangas que despencam sobre nossos sonhos
Tateando buracos no teto do pensamento
Por que não deixar pingar sobre nós?
Nossos riachos já se transformaram há tempo em oceanos
Tudo ao nosso redor sua e derrete
O gelo sobre a mesa
Os nossos olhos que se penetram
O dia que escorrega
A noite que se entrega
Caminhamos...
A rua parece eternizar uma passagem entre nós
O que se passa?
Além de carros, histórias, bichos, risos e olhares.
Pressa!
Temos pressa!
Onde queremos chegar com tanta pressa?
Em casa?
Na cama?
Ou no fundo de nós?
Prosseguimos escondidos nas sinuosas grutas
Feito animais selvagens devorando um ao outro,
Tracejo nas páginas do teu corpo
Minha escrita canhestra
A procura de uma fissura
Para entrar
E por dentro te rabiscar
Feito uma criança maluca.
Marquei território na tua janela
Que é pra nenhum outro bicho farejar
E durante a noite querer-te roubar
Esse seu cheiro avassalador de sexo.
Perfume em pele na poltrona ao lado
Passam os caminhos
Mas tua paisagem fica,
Alterando ainda meu tempo
Supitando meus líquidos
Fazendo chover.
Sobe as escadas
Teu último olhar é poesia
Rima com o meu
Que palpita
Feito coração já acelerado de saudade
quinta-feira
Caos e Cosmos
São duas almas vibráteis
Alterando noções de tempo-espaço
Partículas de amor aceleradas
Delirando na velocidade da luz
Corpos, matéria dissolvida
Em pura energia desejante
Encontro grave sem gravidade
Peles suadas, vermelhas e mordidas levitando no espaço
Explodindo novas galáxias de cheiros, sabores e texturas
Buracos negros
Sugando a poeira estelar na umidade dos lábios
Devorando átomos do quadril
Engolindo sucos cósmicos
Orbita e habita
Criando anéis ao redor dos corpos fundidos
Estalando sóis
Na atmosfera do gozo
terça-feira
AMOR CIGANO
Por ti grita e baila meu desejo
Nômade nas estradas do teu corpo
E na leitura de tuas mãos
Nem a sorte, nem o destino,
E sim a poesia e o suor
Com o qual escreve danças de fogo
Em nossos encontros boêmios.
Trapaceia-me com sedução
Teus colares, lenços e palmas,
Sou castanholas em suas mãos
Saia que roda e faz barulho
Nos seus ouvidos suados
Flores que despencam dos cabelos
E forram perfumadamente o chão da nossa cama.
Minha pele é um xale te cobrindo
Meu suspiro um leque em vento te arrepiando
Meu beijo uma dança flamenca em teus lábios
Oléééé!
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