É hora!
Há um som de silêncio eterno
Que se escuta e não se compreende.
É o inaudito que se estende no infinito
Encerrando o fluxo da existência.
É hora!
Freneticamente um clamor chama a inércia
E se divide entre bules, plantas e roupas abandonadas
Sacramentando a orfandade dos que ficam
Com abraços enterrados em lembranças.
É hora!
Não há relógio, cronômetro ou ampulheta
Para esse tempo que chega invisível
É hora!
Como vento sorrateiro de inverno
Veio levar uma flor para dançar!
(Homenagem para minha tia Lourdes)