Chove na rua escorrida
Tripas da madrugada
Entre luzes cambaleantes e embriagadas
Descem pernas finas
E cuspes do céu.
Guardei a chuva...
Encolhendo, famintas, as sombras gotejantes.
Nuvens ejaculam
Pulsando entranhas do agora
E
E
Parindo trovões abortados.
Cada choro é um telhado que geme
Cada fenda umedecida, um céu que se rasga
E se deita sobre mim.