Amar é transbordar...
Transbordar de todas as formas, de todos os jeitos.
É sentir-se cheia, muito cheia,
E então transbordar-se, vazar de si mesma,
Como a lua, que cheia, entorna toda sua luz sobre o céu noturno,
Como o mar que enche e derrama-se em ondas na areia, alagando tudo ao seu redor.
Ah!a enxurrada....
O que é, senão o líquido do amor?
Vai com toda força arrastando tudo sem controle,
Não compreende as margens, tão pouco os muros que tentam lhe comprimir.
Simplesmente escorre...
E ao escorrer desintegra-se, perde-se de si mesma para nunca mais voltar.
E o amor não correspondido?
É como a chuva em tempestade preenchendo todo o mar, que se agita
E se transborda em violentas ondas.
Mas, de repente, é como se toda a chuva cessasse,
E o mar cheio e sozinho, escorresse, escorresse,
E escorrendo, se desintegrasse em solitárias poças,
Até fazer o que era excesso, secar.