segunda-feira

INQUIETUDE

Cai sobre mim o espectro da madrugada,
Assim como um véu fingindo esconder um mistério,
Há tanto tempo guardado, empoeirado, esquecido,
Fantasma entristecido vagando entre vísceras.

Expulso-o de mim, agora!
E caio sobre a madrugada como um espectro frio,
Lançada aos mistérios sôfregos da escuridão,
Atordoada, incógnitas vísceras entre-vagando.

Sorrateiro, o silêncio se estende entre nós...
Eu e o mundo,
O poço e o fundo.

E a alvorada vai nos comendo..
Preparando com luz a urna,
Da minha carne diurna.